DISLEXIA
- trattoclinica
- 31 de mai. de 2017
- 3 min de leitura

O que é?
Dislexia é uma específica dificuldade de aprendizado da Linguagem: em Leitura, Soletração, Escrita, em Linguagem Expressiva ou Receptiva, em Razão e Cálculo Matemáticos, como na Linguagem Corporal e Social. Não tem como causa falta de interesse, de motivação, de esforço ou de vontade, como nada tem a ver com acuidade visual ou auditiva como causa primária. Dificuldades no aprendizado da leitura, em diferentes graus, é característica evidenciada em cerca de 80% dos disléxicos.
Quem pode ser afetado?
A dislexia não é o resultado de má alfabetização, desatenção, desmotivação, condição sócio-econômica ou baixa inteligência. Ela pode atingir igualmente pessoas das raças branca, negra ou amarela, ricas e pobres, famosas ou anônimas, pessoas inteligentes ou aquelas mais limitadas.
Qual a causa?
A dislexia tem sido relacionada a fatores genéticos, acometendo pacientes que tenham familiares com problemas fonológicos, mesmo que não apresentem dislexia. As alterações ocorreriam em um gene do cromossomo 6 . A dislexia, em nível cognitivo- lingüístico, reflete um déficit no componente específico da linguagem, o módulo fonológico, implicado no processamento dos sons da fala. Uma criança que tenha um genitor disléxico apresenta um risco importante de apresentar dislexia, sendo que 23 a 65 % delas apresenta o distúrbio.
Um gene recentemente relacionado com a dislexia é chamado de DCDC2. Segundo o Dr. Jeffrey R. Gruen, geneticista da Universidade de Yale, Estados Unidos, ele é ativo nos centros da leitura do cérebro humano.
Outro gene, chamado Robo1, descoberto por Juha Kere, professor de genética molecular do Instituto Karolinska de Estocolmo, é um gene de desenvolvimento que guia conexões, chamadas axônios, entre os dois hemisférios do cérebro.
Pesquisadores dizem que um teste genético para a dislexia pode estar disponível dentro de um ano. Crianças de famílias que têm história da dislexia poderão ser testadas. Se as crianças tiverem o risco genético, elas podem ser colocadas em programas precoces de intervenção.
Sinais de dislexia:
ALFABETIZAÇÃO
Dificuldades na fala;
Dificuldades para aprender o alfabeto;
Dificuldade para planejamento e execução motora de letras e números;
Dificuldade na preensão do lápis;
Dificuldade em separar e sequenciar sons. ex: pato;
Dificuldade em rimas;
Dificuldade em discriminar fonemas de sons semelhantes t/d g/j p/b;
Dificuldade na diferenciação de letras com orientação espacial b/d d/p n/u m/u;
Dificuldade em Orientação Temporal (ontem, hoje e amanhã).
A PARTIR DOS 7 ANOS DE IDADE
Nomeação e memória de trabalho prejudicada;
Lentidão ao fazer os deveres escolares;
Reclama que ler é muito difícil;
Apresenta omissão de letras cavalo/ caalo;
Memoriza o texto sem compreendê-lo;
Dificuldade em planejar, organizar e conseguir terminar as tarefas dentro do tempo;
Nível de leitura abaixo do esperado para sua série e idade;
Dificuldade para soletrar as palavras;
Dificuldade para copiar do quadro;
Letra feia;
Dificuldade com a percepção espacial;
Confunde direita, esquerda, em cima, em baixo; na frente, atrás;
Troca de palavras;
Tolerância muito alta ou muito baixa a dor;
Dificuldade de soletração e leitura;
Inventa, acrescenta ou omite palavras ao ler e ao escrever, etc;
ENTRE 7 E 12 ANOS
Comete erros ao pronunciar palavras longas ou complicadas ?;
Confunde palavras de sonoridade semelhante, como “tomate” e “tapete”, “loção” e “canção”;
Utiliza excessivamente palavras vagas como “coisa”;
Tem dificuldade para memorizar datas, nomes ou números de telefone;
Pula partes de palavras quando estas tem muitas sílabas;
Costuma substituir palavras difíceis por outras mais simples quando lê em voz alta; por exemplo, lê carro ao invés de “automóvel”;
Comete muitos erros de ortografia;
Escreve de forma confusa;
Não consegue terminar as provas de sala-de-aula;
Sente muito medo de ler em voz alta.
A PARTIR DOS 12 ANOS
Comete erros na pronúncia de palavras longas ou complicadas;
Seu nível de leitura está abaixo de seus colegas de sala de aula;
Inverte a ordem das letras, ex: “bolo” por “lobo”, “lago” por “logo”;
Tem dificuldades em soletrar palavras? Soletra a mesma palavra de formas diferentes numa mesma página;
Lê muito devagar;
Evita ler e escrever;
Tem dificuldade em resolver problemas de matemática que requeiram leitura;
Tem muita dificuldade em aprender uma língua estrangeira;
Dificuldade em planejar e fazer redações.
Prevenção e Tratamento
A prevenção e o tratamento demandam atenção multidisciplinar. Entre os profissionais envolvidos no atendimento ao disléxico está o fonoaudiólogo. Ele é justamente a pessoa habilitada a trabalhar as dificuldades em associar os sons da fala, os fonemas, e as letras correspondentes.
Bibliografia:
ABD. Associação Brasileira de Dislexia. Disponível em: <http://www.dislexia.org.br>.
HOUT, Anne Van; EISTENNE, Françoise. Dislexias: descrição, avaliação, explicação, tratamento. 2.ed. Porto Alegre: ARTMED, 2010.
IANHEZ, Maria Eugênia; NICO, Maria Ângela. Nem sempre é o que parece: como enfrentar a dislexia e os fracassos escolares. 2ª ed. Rio de Janeiro. Alegro, 2010.
























Comentários